Curiosidades

 

Dia mundial do Karate

 

A pedido da Okinawa Karate Mundial (OKW), a Assembléia da cidade de Okinawa declarou o dia 25 de Outubro como o “Dia Mundial do Karate”. Decidiu-se por esta data, com a presença do governador de Naha, Keichi Inamine e o Secretário da Assembléia de Okinawa, Seizen Hokama.

Em referência as instituições que aderiram a data, estão Okinawa Karate do Renmei, Okinawa Ken Karate do Renmei, Okinawa Karate Kobudo Renmei e a Okinawa Ken Karate do Rengokai. Foi estabelecido como dia mundial do karate para todos os estilos do mundo. Vários senseis direcionaram palavras com muita emoção.

O Sensei Kyoshi Tusa, da Federação de Karate de Okinawa, relatou como matéria obrigatória os princípios de Karate nas Universidades ao redor do país.”O Karate deveria ser unificado mundialmente para melhorar o intercâmbio de informação e para praticar um só Karate”

Da Federação Okinawense de Karate e Kobudo, o Sensei Minoru Higa, deixou claro a importância de que o Karate competitivo e o Tradicional colaborem em unidade “São indispensáveis, mas ambos deven cooperar e reconhecer os pontos fortes do outro para crescer” expressou.

Da Escola Karate Do Rengokai de Okinawan, o Mestre Eiki Kurashita, falou en nome da entidade cuando disse “Espero que as pessoas mo mundo tome este día como uma oportunidade de esforço para desenvolver a cultura do Karate Do “Por último, o Mestre Seihan Shiroma, da Federação de Kobudo de Okinawa, reconheceu a iniciativa como uma excelente maneira de manter o valor cultural da arte marcial em questão.

 

 


Peichin Takahara
Peichin Takahara

Peichin Takahara (1683 – 1760)

Uma curiosidade acerca de vida de Peichin Takahara é que se atribuem a ele os primeiros mapas da ilha de Okinawa. Verdade ou não, consta que se tratava de uma pessoa muito instruída, que alguns afirmavam se tratar de um monge budista. O monge Takahara introduziu no te os primeiros conceitos de , que seriam na formação do karatê moderno mais realçados, no processo pelo qual passaram as artes marciais japonesas durante a transição do século XIX para o século XX.

Como aluno, teve a Kanga Sakukawa, para quem repassou todos os seus conhecimentos e, quando viu que não poderia contribuir com seu aperfeiçoamento, encaminhou-o para treinar com o mestre de chuan fa Kushanku. A classe social Peichin de Okinawa equivalia à dos Samurais do Japão.

Kanga Sakukawa

Kanga Sakukawa

Kanga Sakukawa (1733 – 1815)

Ou Sakugawa Satunushi, foi um mestre de arte marcial, nascido em 3 de março de 1733 na cidade de Shuri, falecendo em 17 de agosto de 1815, que desenvolveu sobremaneira a arte marcial de Ryukyu, à época chamada de te e fincou as bases do que viria a se tornar o karatê.

Mestre Sakukawa, no fito de organizar sua arte marcial, cria dois katas com as técnicas ensinadas por Kushanku. E, porque fazia parte do séquito real, tinha grande apreço por normas de moral e conduta, criou o Dojo kun, um código ético para ser seguido pelos artistas marcial. Alguns de seus discípulos, como Okuda, Makabe e Matsumoto, tornaram-se gandes mestres de tode, pero seu mais renomado foi Sokon Matsumura, o qual foi aceito apenas depois de muito relutar.

As contribuições não param apenas no karatê. Também exímio praticante da arte marcial com armas, o kobudo, o mestre criou um kata de bastão — bo —: Sakukawa no kon.

 

Sokon Matsumura

Sokon Matsumura

Sokon Matsumura (1800 – 1890)

Além de lutas, Matsumura é bem conhecido exímio praticante de caligrafia e estudante de disciplinas físicas e metafísicas e por dar relevância ao equilíbrio entre condição física e moral, as quais deveriam desenvolver-se simultâneas. Também era adepto do Confucionismo. E tentava fazer lobrigar que é a mente que comanda o corpo, a estratégia deve vir antes da ação: o cuidadoso planejamento é mais importante do que o ato em si.

A estratégia antes da ação foi demonstrada quando, uma vez, el-Rei de Ryukyu quis por à prova as habilidades de Sokon Matsumura e decidiu que o adversário seria um touro, que foi adquirido do Imperador do Japão. O mestre não perdeu tempo: previamente à data aprazada, ele foi ter com o encarregado de cuidar do amimal, a quem pediu para ser conduzido até a besta, o que foi feito; Matsumura estava paramentado com sua armadura; assim, ficava atormentado o touro até que este ficasse atemorizado e soubesse bem quem o fazia. Finalmente, quando chegou o dia da disputa, o animal foi conduzido até o sítio do confronto e Matsumura nem precisou de atacar, pois o adversário saiu em carreira. Por causa deste feito, foi concedido o título de Bushi, ou guerreiro, pelo rei de Okinawa em reconhecimento de suas habilidades e realizações dentro das artes marciais, bem como por que jamais foi batido em combate.

São-lhe atribuídos a compilação da série Naihanchi/Tekki de katas, bem como a dos katas Bassai, Seisan, Chinto, Gojushiho, Kushanku e Hakutsuru. Esta última forma, dizem, compila os ensinamentos do estilo da Garça Branca de kung fu. Atribui-se ainda ao mestre o desenvolvimento (indireto) da série Pinan/Heian de katas, haja vista que treinava o lendário e extenso kata Channan, que serviu de base para a criação dos outros cinco.

 

 Anko Itosu

Anko Itosu

Anko Itosu (1831 – 1915)

Nascido em 1831, no seio de uma família tradicional, Anko Itosu era uma criança de comportamento introspectivo e de pequena estatura; quando adulto, sua altura era de 1m55, aproximadamente. Foi educado nas letras clássicas chinesas, tornando-se calígrafo naquele tipo de escrita.

Empregou grandes esforços para fazer de sua arte marcial aceita no Japão, o qual era muito resistivo por dois motivos, principalmente: como Okinawa era uma ilha em sua maioria habitada por pescadores e agropecuaristas (muito distantes do ideal samurai), não era vista como origem de uma arte marcial verdadeira, e porque o To-di era fortemente influenciado pelo kung-fu chinês, era visto com preconceito no reino japonês.

De qualquer forma, Anko Itosu, por todos os seus esforços e contibuição de modo a simplificar e sistematizar o ensino do karatê, é considerado como o “Pai do karatê moderno”. Ele pensava que o modo como se ensinava a arte marcial até seu tempo era antiquado e não proporcionava sua completa compreensão, o que dificultaria ainda sua introdução como

disciplina esportiva nos currículos escolares.

O mestre, como forma de facilitar o aprendizado das técnicas, introduiziu o conceito de kihon, uma técnica simples e isolada. Sobre o kata Channan, Itosu, porque o considerava muito complexo e difícil de ser aprendidos por crianças, principalmente, alterou alguns mocvimentos e o dividiu em sequências menores, criando a série Pinan. Procedimento similar aplicou ao kata Naihanchi, que passou a ser uma série de katas também. Em 1908, Itosu escreveu Todê jukun, os Dez Preceitos do Karatê. Por suas palavras ele descrevia:

“Karatê não significa só desenvolver sua força física, mas para aprender a defender-se. Ser útil a todas as pessoas e nunca lutar contra uma pessoa. Se possível, nunca tente atacar, posto que tomado de surpresa, como talvez por um ladrão ou uma pessoa perturbada. Jamais encare outrém com punhos e pés. Enquanto treinar karatê, tente abrir bem os olhos e manter os ombros relaxados, mas enrijecer o corpo como se estivesse no campo de batalha. Imagine estar a enfrentar o inimigo quando praticar socos ou defesas. Logo encontrará a própria força. Sempre concentrar a atenção em torno de si. Um homem de caráter evita brigas e ama a paz. Assim, quanto mais treina, mais um karateca pratica o quão modesto deveria ser para com os outros. Eis o verdadeiro karateca.”

 

Motobu_Choki

Motobu Choki

Choki Motobu (1871-1944)

Nasceu na vila de Akahira, em Shuri, Okinawa sendo o terceiro filho do governador  de Akahira, Chomo Motobu, descendente de Sho Shitsu, rei de Okinawa entre 1648 e 1668. Desde muito cedo Choki manifestou uma extraordinária aptidão física sendo apelidado de “macaco” pelos locais.
Aos 12 anos começou a receber lições de To-de (Okinawa-te) do seu irmão mais velho, Choyu, mas o seu feitio arrogante (que o levava a envolver-se frequentemente em disputas físicas) granjeou-lhe uma má reputação, sendo-lhe difícil tornar-se aceite como discípulo dos professores locais de To-de. Em 1921, quando decidiu partir para Osaka em Honshu (a ilha central do Japão) a sua fama de lutador já corria por todo o território Ryu-kyu. Assim que chegou rapidamente começou a tornar-se famoso lançava desafios públicos e vencer vários dos campeões  de Ju-jutsu e Boxe, sendo o mais célebre o combate de Novembro de 1921, em Kyoto, em que derrotou George, um enorme e famoso boxeador de então.
Choki Motobu publicou duas obras que lhe permitiram divulgar junto do grande público o seu conceito de Karate: “Okinawa Kenpo Karate Jutsu”, em 1926 e “Watashi no Karate-jutsu”, em 1932. Motobu foi Mestre de Shoshin Nagamine e de Yasuhiro Konishi, reconhecido pelo Dai Nihon Butokukai como um dos principais obreiros do Karate no Japão. Após a sua morte, que ocorreu em 1944, o seu filho Chosei Motobu e Seikichi Uehara (n.1904) deram continuidade ao seu trabalho, criando em 1947 o Motobu Ryu.

  

Choshin Chibana

Choshin Chibana

Choshin Chibana (1885 – 1969)

Entre os grandes mestres contemporâneos do Karatê-do, destaca-se o Grão Mestre Choshin Chibana. Natural de Okinawa, Japão, desde os treze anos até aos 85 anos, viveu intensamente para o Karatê-do, tendo ministrado ensinamentos durante 50 anos. Em 1960 foi homenageado pelo Jornal Okinawa Taimussu, como um exemplo a ser seguido por todos, pois, muito fez pelo engrandecimento do Karatê-do. Em 1968 foi condecorado pelo ImperadorHirohito com o título de comendador. Sempre modesto e dedicado, juntamente com seu Grão Mestre Anko Itotsu, introduziu uma série de inovações ao Karatê-do. Chibana teve mais de cinco mil alunos. Em 1957 recebeu o título mais cobiçado por todos os karatecas: 10ª grau.

Com a morte de Itosu, seus discípulos se desentenderam acerca da sucessão do Mestre, mas coube a Chibana ocupar o título de Grão-Mestre do estilo. Muitos vêem neste ato a criação do Shorin-ryu, enquanto outros apenas vêem a consolidação de sua existência já então muito antiga. Seja como for, Tokuda e Motobu mantiveram-se fiéis ao estilo que aprenderam com seu Mestre e, embora não aceitassem plenamente a autoridade de Chibana, não ousaram criar dissidências. Funakoshi, contudo, tentou fazer o que seu Mestre não havia logrado: levar o Karate para o Japão.

Tecnicamente, com a anexação de Ryukyu, o Karate já era uma arte marcial japonesa, mas a verdade é que ele era quase desconhecido (e visto com maus olhos) no arquipélago principal; assim como tudo o que vinha de Okinawa que, até hoje, é a prefeitura mais pobre e negligenciada do Japão.

Para levar o Karate ao arquipélago principal, Funakoshi dedicou-se a alterá-lo a fim de contornar a intolerância japonesa para com os costumes e idéias de origem chinesa. Assim, alterou nomes (traduzindo todas as palavras chinesas para o japonês; diz-se, inclusive, que o próprio nome Karate seria uma niponização de Tang Te, usado até então, sendo que o som das duas expressões é muito semelhante e Funakoshi teria passado a escrever Karate também a fim de nipozar a arte marcial) e algumas bases, de modo a criar diferenças sutis, mas suficientes para tornar a arte marcial palatável aos japonses. Fundou então um dojo, ao qual deu (ou, segundo outra versão da história, seus alunos deram) o nome de Shotokan, literalmente, “Escola do Shoto“, sendo que Shoto (Vento nos Pinheiros) era seu apelido. Até mesmo o uniforme de treino do Karate foi niponizado, uma vez que o primeiro Karate-Gi utilizado por Funakoshi era, na verdade, um Judo-Gi, ou seja, um kimono de Judo.

Enquanto Funakoshi fazia progressos na inserção do Karate no Japão, Chibana enfrentava dificuldades na manutenção da unidade do Estilo Shorin-Ryu.

Katsuya Miyahira

Katsuya Miyahira

Katsuya Miyahira (1918 – 2010)

Miyahira assumiu um estilo em franca fragmentação, com o surgimento de diversas escolas a ele filiadas, mas independentes em termos de autoridade. Ele percebeu que se não fizesse nada, não só o eixo nuclear do Shorin-ryu estaria comprometido, como também a sua própria existência, visto que a tendência das diferentes escolas era virem a se tornar estilos propriamente ditos, como acontecera com a Shotokan de Funakoshi no Japão.

A fim de competir com as escolas nascentes, Miyahira transformou seu dojo numa escola: a ”Shidokan”. Com sua criação, o Mestre passou a atuar mais diretamente na disseminação do estilo e, dessa forma, vem tentando mantê-lo unido até hoje.

Um dos grandes feitos de Miyahira, enquanto ainda era aluno de Chibana, foi ter se tornado professor do grande mestre Motobu Choki (1870 – 1941), com quem desenvolveu uma relação de mútuo aprendizado.

Uma recente alteração introduzida por Miyahira no estilo Shorin-ryu foi a renomeação dos dois Katas Passai: o antigo Passai Sho (Passai menor) passou a ser chamado Itosu no Passai (Passai de Itosu, em homenagem àquele Grande Mestre do passado); já o antigo Passai Dai (Passai maior) passou a se chamar Matsumura no Passai (Passai de Matsumura).

Katsuya Miyahira veio a falecer no dia 27 de novembro de 2010, com 92 anos de idade, devido a falência múltipla dos órgãos. Seu sucessor como presidente mundial do estilo Shorin-ryu e da escola Shidokan ainda não foi definido.

 

 Yoshihide Shinzato

Yoshihide Shinzato

Yoshihide Shinzato (1927 – 2008)

Começou a praticar caratê aos doze anos de idade, na escola (curso ginasial) com Anbun Tokuda (1886-1945), contemporâneo de Choshin Chibana e, como este, discípulo do Grão-Mestre Anko Itosu.

Devido às grandes dificuldades decorrentes do período pós-guerra, Shinzato resolveu aceitar o convite de um tio que havia emigrado para o Brasil e tomou um navio, desembarcando em Santos em 15 de janeiro de 1954.Fixou residência no município de Praia Grande. Assim que chegou, imbuído do espírito de aventura, Shinzato passou a trabalhar na lavoura onde plantava principalmente agrião, tornando-se, em seguida, feirante em Santos. Neste período, Shinzato começou a praticar o caratê nos fundos de sua casa, onde ensinava ao filho mais velho e aos filhos de alguns membros da colônia okinawana local.

Em 1962 Shinzato fundou a sua primeira academia em Santos, a Associação Okinawa Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, que viria mais tarde a se tornar uma forte associação. 5 anos depois, fundou uma organização nacional, a União Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, com centenas de academias e clubes filiados.

Quando indagado, Yoshihide Shinzato costuma responder que, para ele, o caratê se resume em: disciplina, responsabilidade, harmonia, humildade e dignidade.

De tempos em tempos, Shinzato viajava a Okinawa para reciclar o seu caratê com Choshin Chibana, sempre trazendo as novidades da ilha para o Brasil, procurando evitar a degeneração do estilo devido à distância em relação aos centros onde o Shorin-ryu é praticado em Okinawa.

Além disso, informa que, quando chegou ao Brasil, foi muito difícil se estabelecer, mas, segundo uma velha frase de seus antepassados que diz “três anos sobre a pedra”, atingiu seus objetivos graças ao esforço e à participação de seus alunos, bem como à compreensão do povo brasileiro que o recebeu com muito carinho e entusiasmo.

Algumas de suas  inúmeras homenagens:

  • Cidadão Santista – Câmara Municipal de Santos (23 de junho de 1972)
  • Defensor de Bens Culturais – Câmara Municipal de São Paulo (31 de março de 2001)
  • Medalha de Honra ao Mérito – Brás Cubas – Câmara Municipal de Santos (16 de junho de 2001)
  • 9° Dan, pela Confederação Brasileira de Karate-do (CBK)
  • 10° Dan – Okinawa Shorin-Ryu Karate-do

mitsuo ishibashi

Mitsuo Ishibashi

Mitsuo Ishibashi

Diretor Presidente do JYUREIKAN DOJO KARATE/KOBUDO.  Nascimento em Kami Miyanaga-machi, Yanagawa-shi, Província de Fukuoka. Inicia-se na prática do Karate na Associação de Okinawa Karate Shorin-

ryu de Yanagawa. Participação como Daigoro Tachibana no programa “Anata no Wide Show”, e novelas do canal Fuji TV do Japão. Projeção no campeonato profissional de Karate com a vitória por nocaute (KO勝ち) na competição de estréia. Outras Diversas participações em todo o país ao longo de cerca de 3 anos.

Discípulo do Mestre Katsuya Miyahira da Associação de Karate Shorin-ryu de Okinawa, e discípulo do falecido Professor Shinko Matayoshi da Federação de Kobudo de Okinawa. Participação do Torneio Mundial de Karate e Kobudo de Okinawa. Obtenção do 8º Dan nível Mestre na Associação de Karate-do Shorinryu de Okinawa, bem como do diploma de Mestre. Realização do Enbukai Comemorativo aos 25 anos de Fundação do Dojo do Jyureikan (participação do Sensei Miyahira e de mais dois senseis, por parte de Okinawa).

Fundação do Dojo do Mestre Yoshihiede Shinzato no Brasil e Intercabio de Karate e Kobudo com o Jinbukai Brasil do Sensei Flavio Vicente.